O avançado do “Real Madrid” admitiu que pensa em deixar o clube por causa do racismo.
A seleção brasileira se prepara para um amistoso contra a Espanha no dia 26 de março, em Madri. O jogo será especial para o atacante sul-americano Vinicius Junior. Será no estádio Santiago Bernabéu, onde joga o Real Madrid. O craque brasileiro joga para ele.
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O que Vinicius disse aos repórteres

Vinicius compareceu à coletiva de imprensa antes da partida. Os jornalistas tocaram no tema do racismo, que o brasileiro encontra frequentemente na Espanha. O atacante do “Real Madrid” fez um longo discurso ao dizer que sua vontade de jogar está diminuindo após tal comportamento da torcida, e não conseguiu conter as lágrimas.
“É muito triste que o tema do racismo me afete em todos os jogos. Isto é algo que acontece constantemente, não só em Espanha, mas em todo o mundo. Estou lutando para evitar que isso aconteça com mais alguém.
Sinto o apoio dos meus companheiros. Espero que haja menos racismo. Resta trabalhar e seguir o caminho que já começou. Preciso melhorar em campo porque tenho apenas 23 anos. Cada caso de racismo me deixa triste. Estou cada vez menos interessado em jogar. Mas quero entrar em campo e ter sucesso. Eu luto pela igualdade. Quero que todos vivam uma vida normal.
Estamos a lutar não só em Espanha, mas em todo o mundo para evitar que tais situações voltem a acontecer. Quero que a situação mude para que não me façam perguntas sobre racismo nas conferências de imprensa. A falta de punição me irrita. É importante alterar a sequência dessas tarefas. Se alguém for punido por ser racista, as outras pessoas deixarão de demonstrá-lo. Não estou lutando contra os torcedores espanhóis, estou lutando contra o racismo em todo o mundo.

Há quem diga coisas boas sobre mim e há quem não goste das minhas reclamações. Às vezes acontece que a situação é pior que a deles. Conversei muito com representantes da FIFA, UEFA, La Liga. Há sinais positivos, mas a luta não é fácil porque o racismo não é crime. Poucas pessoas sabem o que acontece com os racistas.
Quero agradecer ao presidente da Federação Brasileira de Futebol. Muito foi feito para erradicar o racismo no meu país. Espero que outras federações do mundo também façam um trabalho activo. Agradeço-lhes pelo apoio, embora também sofram.
Pensei muito em sair daqui. Mas se eu for, darei aos racistas o que eles querem. Vou ficar aqui no melhor clube do mundo para que eles possam me ver novamente. Estou melhorando para deixar felizes os torcedores do Real Madrid. E os racistas constituem a minoria das pessoas no estádio. Continuarei jogando no Real Madrid porque o presidente me apoia. O mesmo vale para todo o clube. "Se eu for, será uma vitória para os racistas."

Na primavera de 2023, os torcedores levaram o brasileiro às lágrimas. Depois disso, ele disse que La Liga pertence aos racistas

É preciso dizer que Vinicius costuma reclamar de insultos racistas. Por exemplo, na primavera de 2023, os fãs de “Valência” o afogaram em lágrimas. O brasileiro ficou tão bravo que depois se envolveu em uma briga corpo a corpo e deu um soco no rosto do jogador do Valência, Hugo Duro. É verdade que até então o adversário havia agarrado Vinicius pelo pescoço. O brasileiro recebeu cartão vermelho e saiu de campo sob aplausos fingidos.

“Não é a primeira vez, não é a segunda nem a terceira”, disse Vinicius furioso após a partida. - O racismo é normal na La Liga. A direção da liga considera isso normal, a federação faz o mesmo e os competidores também estão entusiasmados. Sinto muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi agora pertence aos racistas. O lindo país que me acolheu e que amo aceitou exportar para o mundo a imagem de um país racista.”
Em seguida, a ESPN (versão brasileira do site) publicou um insider no qual a comitiva do jogador o aconselhava a mudar de clube. O motivo são os constantes insultos racistas nas partidas. A fonte acrescentou que embora o próprio brasileiro estivesse irritado com o ocorrido, planejava permanecer no Real Madrid. Com isso, pelo que Vinicius disse na coletiva de imprensa, embora tenha pensado várias vezes no assunto, ele não foi a lugar nenhum.